Harry Potter é capaz de ensinar as crianças sobre o respeito às diferenças? A história de Harry Potter, da escritora JK Rowling, é uma das séries de livros mais vendidas de todos os tempos.

Além do sucesso e da diversão que os livros oferecem, alguns estudiosos tiveram a ideia de pesquisar se as histórias de Rowling poderiam ser uma forma de tornar as pessoas melhores.

Harry Potter é um pequeno órfão que descobriu que tinha poderes mágicos. Além de aprender magia e enfrentar muitos problemas em sua vida, o garoto também precisa lutar contra um poderoso e malvado feiticeiro que quer dominar o mundo mágico.

Nem todo mundo é um fã da série. Algumas pessoas acreditam que os livros são impróprios para crianças porque falam sobre magia. Outras pessoas consideram a história das séries muito simples.

Mas para um grupo de cientistas, que estudam as atitudes e o comportamento humano, os livros de Harry Potter podem ser um recurso valioso para melhorarmos o mundo.

Muitas vezes encontramos pessoas que não gostam de outras simplesmente porque são diferentes. Sabendo que a convivência pode ajudar a prevenir e evitar o preconceito, esses estudiosos queriam testar uma teoria: Ler sobre amizades entre diferentes tipos de pessoas, pode propiciar às crianças a ideia de que todos podem conviver bem, apesar das diferenças?

 

Os livros de Harry Potter são capazes de mudar a forma como as crianças se sentem?

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Nos livros, Harry é amigo de pessoas que são maltratadas por serem diferentes ou por não terem poderes mágicos. Ele também é amigo dos magos, que são tratados de maneira injusta por não serem de “puro sangue”, bruxos e bruxas que têm apenas um dos pais mágico.

A partir disto, um grupo de cientistas decidiram descobrir se os livros de Harry Potter poderiam mudar a forma como as crianças se sentem em relação às pessoas que são diferentes.

Este estudo foi publicado em uma revista especializada. No estudo, o grupo coordenado por Loris Vezzali, um professor de uma universidade italiana, perguntaram a 34 crianças como se sentiram sobre os imigrantes.Em seguida, dividiram as crianças em dois grupos que se reuniram com os pesquisadores para ler passagens dos livros de Harry Potter.

No primeiro grupo os pesquisadores leram para as crianças passagens sobre pessoas sendo maltratadas por serem diferentes e no segundo grupo leram passagens que não tinham relações com pessoas sendo maltratadas. Mais tarde, os cientistas perguntaram novamente às crianças como se sentiam sobre os imigrantes.

Como resultado, as crianças que tinham lido sobre pessoas que sofreram preconceito, haviam melhorado suas opiniões sobre os imigrantes. As opiniões do outro grupo de crianças, na qual não leram trechos de preconceito, mantiveram suas opiniões.

Alguns benefícios de ler histórias de ficção para crianças

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O estudo de Vezzali não é novidade. Ao longo dos anos, muitos cientistas têm estudado como a leitura pode mudar as pessoas.

Alguns estudiosos afirmam que a leitura de histórias de ficção desde criança pode ser benéfica para o desenvolvimento da personalidade e a forma como a pessoa interage com outras pessoas.

Eles também acreditam que obras literárias ajudam as pessoas a compreenderem melhor os outros já que os livros podem ajudar os leitores a formarem novas opiniões e outros pontos de vistas.

Os livros sobre magia e criaturas que não existem na vida real podem ser especialmente bons para alterar a forma como as pessoas pensam sobre as outras. Uma vez que, pode ser mais fácil pensar sobre diferentes pontos de vista durante a leitura de um livro de algo que não existe no mundo real.

Vezzali e seus colegas planejam continuar o trabalho, aprendendo mais sobre como a leitura de livros pode mudar os sentimentos das pessoas em relação as outras. Eles esperam poder contribuir para tornar o mundo um lugar melhor.

É verdade que ainda temos um longo caminho até que as pessoas entendam e aceitem as diferenças. No entanto, acreditamos que os livros de ficção, como os de Harry Potter, possam ajudar a acelerar as coisas.

 

Matéria  traduzida e adaptada do site Newsela.